sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Invasão do Ego Ferido

Ao ler um livro que me foi oferecido por alguém muito importante na minha vida, deparei-me com um texto que considerei que deveria ser lido atentamente por muita gente, para que possa colocar a mão na consciência e perceber que o mundo não gira em torno do seu humilde umbigo e que talvez seria uma óptima ideia pensar no bem estar do resto do mundo, pois até os mais fúteis ( considerados assim por pseudo e auto-denominados idealistas de esquerda - sim porque são só os ideais, pois as práticas são conservadoras e do tempo da " outra senhora"), tais como o exemplo que ontem pude ver de um miúdo que cresceu e está onde está pelos seus pés, lutou pela vida que lhe foi madrasta durante muitos anos, não estudou em colégios finos e é ao futebol que deve tudo o que tem, até a boa formação e o altruísmo que ontem verifiquei na visita emocionada e pura que fez às crianças do IPO de Lisboa, simplesmente emocionante. Sim, estou a falar do CR9... Coisas do Povo... Caso contrário aquelas crianças estariam num hospital benzoca qualquer, afinal a vida deles tem menos valor que a vida dos meninos de "boas" famílias, ou não, esperem, os pais deles são piores pais... é isso... porque por apesar de trabalharem horas a fio para poderem dar de comer e pagar as despesas essenciais aos seus filhos... desgraçados... maus... não podem pagar uma clínica privada... sim, porque aí é que seriam bem tratados!!! Lol... Tretas!!!

Bem... Como não tenho inteligência suficiente para tal, vou transcrever o tal texto... A quem servir a carapuça...

" Quando o ego doentio pressente algum perigo, procura automaticamente distracções, esforçando-se diligentemente por proteger o seu território, que agora é você por inteiro. Apesar de ter começado como apenas parte de si, dada a natureza enganadora do mesmo e a sua incapacidade de o distinguir do seu self autêntico, que abrange tanto o ego como a sua essência eterna, tornou-se o único "você" que conhece. Embora, por vezes, possa ter um momento de percepção aumentada em que quer fazer uma escolha superior, involuntariamente compara essa sabedoria com a voz do seu ego agora ferido. E é mais do que provável que faça a escolha inferior, porque o seu ego ferido já causou tantos danos internos que a sua voz tornou-se a única que você consegue ouvir. Ela grita:

(... )Não posso confiar em ninguém.

Não há ninguém que me apoie.

É um mundo cão.

(...)Ninguém sabe o que sofri.

Eles não querem saber de mim.

(...)Tenho direito a tudo o que eu quiser.

Que grande treta!

Não sou tão doente como eles.

...)Fizeram a cama; agora têm de se deitar nela.

São uma cambada de idiotas e eu não tenho de os ouvir.


(...)A voz do seu ego ferido,(...) torna-se tão alta (...)que abafa a voz superior da razão e faz com que ignore o seu self superior. Faz com que você feche a porta à totalidade de quem é e se concentre no que está errado e no que falta. Quando o ego está ferido, recusa-se a ver, dar atenção ou ouvir qualquer outra verdade que não seja aquela a que dá voz. Este é o seu mecanismo de defesa principal. Para a sua sobrevivência tem de estar certo sobre a forma como se vê a si próprio, aos outros e ao mundo em geral. Deve, (...) procurar e fabricar realidades, circunstâncias e situações que sejam compatíveis com as suas convicções acerca do mundo. O papel do ego ferido é proteger-se a todo o custo e impedir a entrada de tudo o que possa fazê-lo sentir a vergonha e sofrimento profundos que à partida criaram a ferida.
Quando o ego ferido assume o comando, torna-se um fio solto, perigoso e descontrolado. Uma vez ferido, o ego perde a capacidade de distinguir factos de ficção, a realidade do teatro. Como mecanismo de protecção, o ego ferido torna-se auto focado. Quando o ego ferido comanda o espectáculo (...)é porque teve êxito em mascarar a sua natureza superior(...)A principal defesa do ego doentio e (...) a sua queda, é a arrogância.
(...)
O ego ferido acredita realmente que pode agir de acordo com as suas próprias leis e escapar impune.( ... )Se as regras não me são aplicáveis, então posso fazer e farei o que quiser, quando quiser. (...) o ego doentio leva-o um pouco mais longe, procurando provar que somos únicos e especiais mesmo que prevaleça sobre a nossa integridade, viole as fronteiras das outras pessoas ou infrinja a lei.
Quando o ego ferido comanda o espectáculo ( ... ) as outras pessoas aparecem como potenciais pensos para as feridas, como problemas a resolver ou como obstáculos a vencer.(...) Na tentativa desesperada de recuperar o controlo, assume o papel de liderança, escolhendo-se como estrela do espectáculo. Subitamente a parte mais desesperada, imperfeita e ferida de nós assume o comando. Começou a invasão maciça do ego ferido canceroso. "

In " Quando as pessoas boas fazem coisas más" by Debbie Ford

Eu não descreveria melhor a tristeza e pobreza que vejo em certas mentes... das quais não sei se tenha pena e compreensão, ou simplesmente ignore...





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